Gostaria de saber opiniões de psiquiatras a respeito do tratamento com ibogaina, para dependência quimica.
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Gostaria de saber opiniões de psiquiatras a respeito do tratamento com ibogaina, para dependência quimica. obrigado
Concordo com os dois colegas, Rafael e Gabriel. Cada vez mais precisamos ir atrás de evidências confiáveis em relação aos tratamentos propostos, muitas vezes de maneira irresponsável pela mídia (escrita ou televisiva), que no desespero os pacientes e familiares acabam seguindo. Sempre é necessário não apenas 1, mas vários estudos para avaliar a utilidade, a forma de ser usado, as doses e os riscos de cada um dos tratamentos (de todas as áreas da medicina).
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A Ibogaína é dos indolalcalóides extraídos da Tabernanthe iboga, planta nativa do continente africano que interfere na circuitaria nervosa cerebral atuando em receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos produzindo alucinações e alteração do nível de consciência. Seu uso no tratamento da dependência química vem sendo difundido pela mídia, mas o fato é que não há estudos científicos suficientes que comprovem a eficácia do uso da Ibogaína para tratamento da dependência química ou que avaliem os possíveis riscos à saúde.
Ainda existem poucos estudos confiáveis sobre seu uso. A venda de tratamentos que utilizem a Ibogaína é proibida, apenas existe autorização para que ela ocorra de forma experimental, mas vemos que na prática algumas clínicas oferecem o uso de ibogaína como um "algo a mais" no tratamento, e embora sejam procuradas por este "diferencial", não realizam o acompanhamento científico adequado, que seria obrigatório. Ainda assim, tive acesso a casos de pessoas que tiveram consideráveis melhoras e atingiram a abstinência por este meio, e outras que tiveram prejuízos psíquicos,
Seu uso altera consideravelmente a forma de pensar e agir do sujeito, gerando diversas reflexões em pouco tempo. O certo é que em hipótese alguma deve ser realizado o uso sem um acompanhamento, e sem uma psicoterapia pré e pós uso, que possa fornecer ao sujeito estrutura psicológica necessária para conseguir lidar com tantas informações.
Aconselharia que buscasse outras formas de tratamento com menores riscos antes.
Seu uso altera consideravelmente a forma de pensar e agir do sujeito, gerando diversas reflexões em pouco tempo. O certo é que em hipótese alguma deve ser realizado o uso sem um acompanhamento, e sem uma psicoterapia pré e pós uso, que possa fornecer ao sujeito estrutura psicológica necessária para conseguir lidar com tantas informações.
Aconselharia que buscasse outras formas de tratamento com menores riscos antes.
Não há estudos científicos suficientes para recomendar a ibogaína no tratamento da dependência química.
Acompanhei, dois pacientes que foram submetidos ao uso de ibogaína em ambiente controlado. Um deles presenciei o efeito da substância horas depois de ingerida. Penso que foi ineficaz, pois ambos continuaram o tratamento psicológico (que é recomendando após o uso) e ainda assim tiveram recaídas muito rapidamente. Tenho uma amiga nos EUA que fala muito sobre o uso lá, mas acredito que no Brasil precisamos de mais estudos sobre o tema.
Excelente no tratamento do uso do crack, mas tudo depende de seguir as prescrições e do empenho de cada um
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que não há restrições legais à ibogaína no Brasil, porém, seu uso como medicamento não está regulamentado. Por isso, os tratamentos são considerados experimentais e as clínicas não fazem propaganda. Não existe porção mágica. Para se livrar da dependência, é preciso fazer tratamento com psicoterapia, às vezes é necessário com intervenção medicamentosa e mudança drástica dos velhos hábitos.
Pode ser muito interessante, já acompanhei alguns casos, mas precisa ser num lugar de confiança! E ter um acompanhamento antes e após. Existem alguns espaços de tratamento para dependência química, os grupos anônimos, como AA e NA, o apoio de um grupo é muito valioso. E também a psicoterapia individual. Fico a disposição.
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