Depressão em crianças e adolescentes: sinais, tratamento e prevenção

De acordo com uma pesquisa online realizada pela UNICEF com adolescentes de 15 a 19 anos e jovens de 20 a 23 anos, 50% dos jovens brasileiros dizem que já sentiram necessidade de buscar ajuda em relação à saúde mental.

O que é a depressão infantil?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é um transtorno mental comum caracterizado pela presença de tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa ou baixa autoestima, distúrbios do sono ou do apetite, sensação de cansaço e dificuldade de concentração. Em crianças e adolescentes, esse transtorno frequentemente se apresenta com sintomas diferentes dos observados em adultos, o que às vezes faz com que passe despercebido.

Fatores de risco para a depressão infantil e juvenil

Existem fatores biológicos que podem predispor a população infantil e juvenil a desenvolver um transtorno depressivo, como a idade, sendo mais comum à medida que eles crescem. Em relação ao gênero, não existem grandes diferenças entre meninos e meninas, embora seja mais prevalente no sexo feminino após a puberdade, chegando a ser duas a três vezes mais comum.

No ambiente familiar, as perdas ou experiências traumáticas, conflitos familiares, maus-tratos ou falta de afeto em casa são alguns dos fatores mais relevantes na determinação do risco de desenvolver depressão. Além disso, o ambiente escolar desempenha um papel determinante em casos de fracasso acadêmico, falta de amizades e, especialmente, em situações de bullying.

Sintomas

Como mencionado anteriormente, quando a ansiedade se manifesta na infância ou adolescência, os sintomas associados são diferentes dos observados em adultos. É importante prestar atenção especial se a criança ou adolescente parecer mais irritado do que o normal, tiver choro espontâneo, cansaço persistente ou tédio. Também é comum queixas somáticas, como dores de estômago ou cabeça, náuseas ou tonturas, além de mudanças nos padrões de sono e alimentação. Na escola, é comum observar isolamento social, falta de interesse em atividades e/ou queda no desempenho acadêmico.

Quando consultar um profissional?

É importante procurar um profissional sempre que notar uma mudança no comportamento ou sintomas que sejam preocupantes. Vale ressaltar que mais da metade dos casos de depressão na infância e adolescência não são detectados, e, portanto, não são tratados adequadamente, o que pode afetar significativamente o desenvolvimento da criança.

Diagnóstico

O diagnóstico da depressão em crianças e adolescentes deve ser feito por um profissional ou equipe especializada nessa área. Para isso, é realizada uma entrevista detalhada que avalia não apenas os aspectos da comunicação verbal, mas também os aspectos não verbais, especialmente nas crianças mais jovens. Também são usados testes de diagnóstico específicos para uma avaliação completa. Para fazer o diagnóstico adequadamente, é necessário complementar a avaliação com informações da família e da escola.

Tratamento

Em primeiro lugar, a psicoeducação é essencial. Ela deve ser direcionada tanto ao paciente quanto à família, fornecendo informações compreensíveis sobre o processo, suas causas, características e opções de tratamento. Em alguns casos, o tratamento medicamentoso pode ser necessário e é realizado sob a supervisão de um psiquiatra. Quanto ao tratamento psicológico, ele deve abordar diferentes aspectos, como a melhora da autoestima, autonomia, tolerância à frustração e relacionamentos com os colegas, entre outros. A terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado mais eficaz no tratamento desse tipo de transtorno.

Prevenção

É importante promover a educação emocional, relacionamentos saudáveis entre pares e resolução de conflitos, tanto em casa quanto na escola. Nesse sentido, é cada vez mais comum que as escolas implementem programas voltados para trabalhar esses aspectos. Também é importante apoiar adequadamente as perdas e outros eventos estressantes na vida da criança ou adolescente, oferecendo um espaço de comunicação e confiança onde eles se sintam livres para expressar seus pensamentos e emoções sem medo de julgamento.

A depressão na infância e adolescência tornou-se um problema de saúde pública que afeta um grande número de crianças e adolescentes e interfere no desenvolvimento adequado daqueles que a sofrem. No entanto, apesar do conhecimento atual sobre a prevalência e gravidade desse transtorno, muitos casos ainda passam despercebidos. Um diagnóstico correto e a oferta de tratamento adequado facilitarão a prevenção de sequelas futuras, portanto, é recomendável estar atento e consultar um psicólogo especializado se sinais forem detectados.

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