A terapia é uma estrada valiosa para o autoconhecimento, que muito me proporcionou. Aos 19 anos iniciei meu processo terapêutico com um profissional inesquecível que me ensinou, tanto sobre meu mundo interno, quanto sobre as interações humanas. Desenvolver o papel de terapeuta requer, para além de talento e gosto, estudo, terapia e supervisões constantes.
O contexto da saúde despertou minha atenção logo cedo e nele me mantive trabalhando por quatro décadas, sendo as três últimas na Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, com pessoas com epilepsia e seus familiares. Lá integrei equipe interdisciplinar, contribuindo no atendimento a pacientes, ensino e pesquisa.
Exerci trabalho voluntário na Associação Brasileira de Epilepsia, na qual fui várias vezes diretora e participei da criação e execução do “Projeto de inclusão escolar do aluno com epilepsia”. Antes de me aposentar pela UNIFESP, em 2018, concluí meu mestrado pelo “Programa de Educação e Saúde na Infância e Adolescência”, estudando a influência do preconceito e do estigma na formação da identidade social de adolescentes com epilepsia de difícil controle medicamentoso.
Efetuei curso de psicodrama em 1994/95. Após o nascimento do meu primeiro filho, em 1995, consciente do desafio em assumir os papéis de esposa, madrasta e mãe, iniciei especialização de 4 anos em terapia familiar, na PUC, na abordagem psicanalítica e sistêmica. A abordagem sistêmica é precursora da terapia familiar, e nos permite compreender o que se passa nas interações, considerando que, só podemos entender o comportamento do indivíduo dentro de seu contexto.
Casada por 23 anos, a partir do ano 2000, passei a auxiliar meu esposo em sua clínica neurológica, onde iniciei meus atendimentos a famílias e casais. Lá fui coordenadora e palestrante do curso de “Neurologia do desenvolvimento e suas interfaces”, contribuindo com o tema “Avaliação e terapia familiar”. O contato continuado com a neurologia e a neurociência me conduziu à especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, finalizada em 2009, cujo trabalho de conclusão foi: Complementariedade entre as abordagens: Sistêmica e Cognitivo Comportamental.
A tendência das terapias, na contemporaneidade, é a de trabalhar de modo a integrar diferentes abordagens, à revelia do que antes ocorria. Atualmente buscamos compor nossa teoria com ideias de diversas escolas terapêuticas, considerando que determinadas linhas têm mais efetividade no tratamento a determinados transtornos, sintomas, ou questões trazidas pelos que buscam a terapia. Essa abertura nos torna mais pragmáticos e menos dogmáticos, ou seja, podemos utilizar uma manobra, ou uma técnica advinda de uma linha que não seja nossa principal abordagem.
Estamos vivendo um período onde a saúde mental se encontra fortemente acometida em todos os ciclos de vida, especialmente na adolescência e juventude. Consideramos que, as dificuldades psicossociais são compostas por multiplos fatores (socioculturais; familiares; genéticos e epigenéticos) e estes estão interligados e conversam entre si. Essa complexidade requer que trabalhemos em rede, em contato com outros profissionais, tanto para aprimorar nossa prática, quanto para ajudarmos com mais efetividade os que buscam nossos cuidados.
Atualmente trabalho no Centro de Estudos e Assistência à Família (CEAF), onde sou coordenadora do grupo de triagem e efetuo as primeiras consultas das pessoas que buscam terapia individual, de família e de casal e as encaminho para as diferentes modalidades de terapia. Há mais de 20 anos tenho meu consultório, onde atendo online e presencialmente, casais, famílias e casos individuais. Seja muito bem vindo e venha me ensinar sobre você!