Se um paciente bipolar tipo 2 for tratado para depressão unipolar por muitos anos (uns 8 anos), isso
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Se um paciente bipolar tipo 2 for tratado para depressão unipolar por muitos anos (uns 8 anos), isso pode não controlar as crises (hipomania/depressão) durante esse período? Caso sim, essas crises ao longo desses anos podem causar danos ao cérebro? Ex.: danos cognitivos, memória...
Sobre a resposta dada por cada um de vocês, vocês têm certeza? Desculpe a pergunta, mas é muito importante pra mim.
Sobre a resposta dada por cada um de vocês, vocês têm certeza? Desculpe a pergunta, mas é muito importante pra mim.
O tratamento para o transtorno bipolar do tipo II busca a prevenção de episódios depressivos e de hipomania e necessita de medicações específicas tanto para tratar cada fase, quanto para prevenção de novos episódios. O uso de antidepressivos clássicos neste tratamento, na ausência de uma medicação estabilizadora de humor, pode aumentar as ciclagens do paciente entre os polos. As consequências, além dos efeitos diretos de estar em fase depressiva ou de hipomania, são de episódios mais graves, persistentes ou resistentes ao tratamento, além de danos funcionais por toxicidade aos neurônios, através de radicais livres produzidos quando o transtorno está ativo.
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Sua pergunta é muito complexa e não existe uma resposta simples e padonizada para essas questões, tudo vai depender de cada caso e de como a doença evoluiu ao longo do tempo. Muitas vezes o Transtorno de Humor Bipolar se apresenta inicialmente com um quadro depressivo, podendo demorar para o aparecimento de episódios de hipomania ou mania. Nem sempre os antidepressivos desecandeiam a chamada "virada maníaca", embora sempre haja o risco de que isso aconteça. Nesse caso o uso do estabilizador de humor é essencial. Até recentemente os critérios de diagnóstico do Transtorno Bipolar incluiam a exigência de 10 anos de evolução, justamente em função da apresentação errática e imprevisível dos episódios. O objetivo do tratamento é sempre busca da estabilidade, pois os episódios de mania e hipomania podem aumentar o estresse oxidativo com potencial toxicidade neuronal, mas é muito difícil fazer uma previsão ou estimativa do grau em que isso pode ocorrer em cada caso, visto que a variação fenotípica individual é muito grande. O importante é você estabelecer uma relação de confiança com o seu médico de modo a obter o melhor nível de estabilidade possível, o que nem sempre é fácil e depende muito da colaboração do paciente em seguir as orientações bem como da regularidade no tratamento. Por exemplo, consultas com intervalos muito lognos podem dificultar a identificação de novos episódios ou de mudanças do curso da doenca de modo a que os ajustes terapêuticos possam ser feitos em tempo hábil. Espero ter contribuído para resolver suas inquietações, mas a melhor pessoa para dar as respostas adequadas é o seu médico, que acompanha seu caso mais de perto ao longo do tempo.
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