Recentemente tive o diagnóstico de metaplasia intestinal, hiperplasia foveolar e atrofia com gastrit
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Recentemente tive o diagnóstico de metaplasia intestinal, hiperplasia foveolar e atrofia com gastrite cronica. Os riscos de evoluir para um câncer é alto? Um oncologista alem do gastro seria bom para a prevenção?
Primeiro, é importante saber que metaplasia não é o mesmo que neoplasia(tumor). E a metaplasia usualmente acontece em uma forma específica de gastrite.
A gastrite atrófica faz com que o revestimento gástrico se torne muito fino (atrófico) e perca parcial ou totalmente suas células produtoras de ácido e enzimas. Esse quadro clínico pode ocorrer quando anticorpos atacam o revestimento gástrico (chamado gastrite atrófica metaplásica autoimune). A gastrite atrófica também pode ocorrer em pessoas com infecção crônica causada pela bactéria H. pylori.
Os sintomas da gastrite são:
- dor na região acima ou em torno do umbigo (sintoma mais comum)
- mas poderá haver dor em outros locais do abdômen
- poderá haver sensação de estômago pesado(plenitude) e ás vezes saciedade precoce. É comum os pacientes falarem: “Doutor, eu comi só um pouquinho, mas parece que comi um boi inteiro” .
- ás vezes há náuseas(enjoo) e até vômitos
- alguns pacientes que tem anemia(por deficiência de vitamina B12) relatam coração disparado, dor de cabeça frequente, cansaço fácil e fraqueza, sensação de frio constante. Mas deve-se lembrar que esses sintomas não são específicos.
- Muitos pacientes não tem sintomas.
A maior parte dos pacientes com gastrite atrófica, que pode ou não ter metaplasia, tem o diagnóstico quando fazem Endoscopia por algum desses sintomas.
A metaplasia é a presença de células parecidas com as do intestino delgado(tipo I), uma mistura de células do intestino delgado e grosso(tipo II) ou do intestino grosso (tipo III). Atualmente é preferível usar os tipos que falei, do que os termos “completa ou incompleta”.
Os pacientes com metaplasia tem mais possibilidade de desenvolver câncer de estômago. Mas é preciso lembrar algumas coisas:
- o câncer de estômago é multifatorial
- a bactéria H. pylori é um desses fatores
Portanto, se um paciente tem metaplasia e a presença de H. pylori, temos que tratar o H. pylori e manter esse paciente livre desta bactéria.
Normalmente os pacientes ficam muito assustados ao saber disso. Confundem o termo metaplasia com câncer. Mas uma pessoa com metaplasia não necessariamente terá câncer
Para isso as Associações de Gastroenterologia dos Estados Unidos e Europa lançam periodicamente orientações para os médicos lidarem com o problema. As orientações se chamam Guidelines
Uma das orientações é a frequência das Endoscopias. As Guidelines variam sobre isso, mas todas dizem que a opinião e desejo do paciente devem ser respeitados.
As Guidelines concordam que é importante tratar o H. pylori nos casos de metaplasia
Agora digo o que faço, para MEUS pacientes.
Entenda assim: essa é MINHA conduta. Outros médicos podem ter conduta e visões diferentes, e essas devem ser respeitadas. Recomendo, inclusive, que siga a conduta do seu médico(a), que pode diferir da minha.
Para meus pacientes:
a. Procuro seguir as Guidelines mais atuais. Mas entendo que não adianta nada eu ter a conduta mais moderna, se não explicar para meu paciente sobre sua doença, e lhe dar toda a atenção necessária. Muitas vezes o paciente chega para mim com muito medo e minha primeira missão é tranquiliza-lo
b. Então: sempre explico tudo em detalhes
c. Explico a meus pacientes que o que tem pode ser pré-canceroso, mas isso não significa que eles vao ter câncer de estomago.
d. A partir de uma explicação detalhada e atenciosa, passo a acompanha-los. Procuro fazer as Endoscopias com frequência adequada. Mantenho meus pacientes livres do H. pylori. E respeito seus desejos sobre as Endoscopias.
Em outras palavras: para meus pacientes explico muito e os tranquilizo. E acompanho tudo em bastante detalhe.
E chego a duas ou três conclusões:
- como sempre tudo é personalizado. O que acontece a cada paciente é individual
- entendo que o paciente precisa conhecer bem o que está acontecendo, mas em especial ter confiança em seu Médico
- procuro misturar o que há de mais atual, do ponto de vista técnico, com humanitarismo. Um bom Médico deve conhecer tudo sobre os Guidelines. Mas antes de tudo deve conhecer bem seu paciente.
EM RESUMO
Entendo que o Médico que o acompanhar deve ser experiente , independentemente da especialidade que fizer. Deve ter conhecimento tecnico, experiência no assunto, aliado a lhe passar confiança.
A gastrite atrófica faz com que o revestimento gástrico se torne muito fino (atrófico) e perca parcial ou totalmente suas células produtoras de ácido e enzimas. Esse quadro clínico pode ocorrer quando anticorpos atacam o revestimento gástrico (chamado gastrite atrófica metaplásica autoimune). A gastrite atrófica também pode ocorrer em pessoas com infecção crônica causada pela bactéria H. pylori.
Os sintomas da gastrite são:
- dor na região acima ou em torno do umbigo (sintoma mais comum)
- mas poderá haver dor em outros locais do abdômen
- poderá haver sensação de estômago pesado(plenitude) e ás vezes saciedade precoce. É comum os pacientes falarem: “Doutor, eu comi só um pouquinho, mas parece que comi um boi inteiro” .
- ás vezes há náuseas(enjoo) e até vômitos
- alguns pacientes que tem anemia(por deficiência de vitamina B12) relatam coração disparado, dor de cabeça frequente, cansaço fácil e fraqueza, sensação de frio constante. Mas deve-se lembrar que esses sintomas não são específicos.
- Muitos pacientes não tem sintomas.
A maior parte dos pacientes com gastrite atrófica, que pode ou não ter metaplasia, tem o diagnóstico quando fazem Endoscopia por algum desses sintomas.
A metaplasia é a presença de células parecidas com as do intestino delgado(tipo I), uma mistura de células do intestino delgado e grosso(tipo II) ou do intestino grosso (tipo III). Atualmente é preferível usar os tipos que falei, do que os termos “completa ou incompleta”.
Os pacientes com metaplasia tem mais possibilidade de desenvolver câncer de estômago. Mas é preciso lembrar algumas coisas:
- o câncer de estômago é multifatorial
- a bactéria H. pylori é um desses fatores
Portanto, se um paciente tem metaplasia e a presença de H. pylori, temos que tratar o H. pylori e manter esse paciente livre desta bactéria.
Normalmente os pacientes ficam muito assustados ao saber disso. Confundem o termo metaplasia com câncer. Mas uma pessoa com metaplasia não necessariamente terá câncer
Para isso as Associações de Gastroenterologia dos Estados Unidos e Europa lançam periodicamente orientações para os médicos lidarem com o problema. As orientações se chamam Guidelines
Uma das orientações é a frequência das Endoscopias. As Guidelines variam sobre isso, mas todas dizem que a opinião e desejo do paciente devem ser respeitados.
As Guidelines concordam que é importante tratar o H. pylori nos casos de metaplasia
Agora digo o que faço, para MEUS pacientes.
Entenda assim: essa é MINHA conduta. Outros médicos podem ter conduta e visões diferentes, e essas devem ser respeitadas. Recomendo, inclusive, que siga a conduta do seu médico(a), que pode diferir da minha.
Para meus pacientes:
a. Procuro seguir as Guidelines mais atuais. Mas entendo que não adianta nada eu ter a conduta mais moderna, se não explicar para meu paciente sobre sua doença, e lhe dar toda a atenção necessária. Muitas vezes o paciente chega para mim com muito medo e minha primeira missão é tranquiliza-lo
b. Então: sempre explico tudo em detalhes
c. Explico a meus pacientes que o que tem pode ser pré-canceroso, mas isso não significa que eles vao ter câncer de estomago.
d. A partir de uma explicação detalhada e atenciosa, passo a acompanha-los. Procuro fazer as Endoscopias com frequência adequada. Mantenho meus pacientes livres do H. pylori. E respeito seus desejos sobre as Endoscopias.
Em outras palavras: para meus pacientes explico muito e os tranquilizo. E acompanho tudo em bastante detalhe.
E chego a duas ou três conclusões:
- como sempre tudo é personalizado. O que acontece a cada paciente é individual
- entendo que o paciente precisa conhecer bem o que está acontecendo, mas em especial ter confiança em seu Médico
- procuro misturar o que há de mais atual, do ponto de vista técnico, com humanitarismo. Um bom Médico deve conhecer tudo sobre os Guidelines. Mas antes de tudo deve conhecer bem seu paciente.
EM RESUMO
Entendo que o Médico que o acompanhar deve ser experiente , independentemente da especialidade que fizer. Deve ter conhecimento tecnico, experiência no assunto, aliado a lhe passar confiança.
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