Quando temos a certeza do diagnóstico bipolar ? Existem evidências claras para essa confirmação ?
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Quando temos a certeza do diagnóstico bipolar ?
Existem evidências claras para essa confirmação ?
Existem evidências claras para essa confirmação ?
Boa tarde. Como todo diagnóstico em psiquiatria, é necessário a junção de uma constelação de sinais e sintomas clínicos, histórico de vida do(a) paciente e também familiar, além da exclusão de condições médicas outras e o uso de substâncias psicoativas. O TAB ( Transtorno Afetivo Bipolar) se apresenta dentro de um espectro, desde o Transtorno de Personalidade Border até o TAB do tipo I, com mania grave e manifestações psicóticas, passando pelos tipos II, III, IV e a ciclotimia. Somente o médico psiquiatra pode dar esse diagnóstico, além de identificar o subtipo e qual tratamento mais indicado para cada caso.
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Existem critérios diferentes para se diagnosticar o transtorno bipolar. Segundo os critérios da Associação Psiquiátrica Americana, o diagnóstico de transtorno bipolar tipo I pode ser estabelecido quando ocorre um episódio maníaco e o diagnóstico de transtorno bipolar tipo II pode ser feito se houver, além de um episódio hipomaníaco, pelo menos um episódio depressivo maior. Segundo estes critérios diagnósticos, episódios maníacos se caracterizam por um período de pelo menos uma semana em que, na maior parte dos dias e, na maior parte do dia, o humor está elevado (a pessoa está excessivamente "alegre" [nota minha]), expansivo ou irritável e com aumento persistente da energia ou da atividade, associados a três ou mais dos seguintes sintomas: autoestima inflada ou grandiosidade (a pessoa se julga "poderosa", que tudo consegue [nota minha]), redução da necessidade de sono (a pessoa se sente bem com bem menos horas de sono que seu normal), loquacidade ou sensação de uma pressão para se manter falando, pensamentos acelerados, onde eles vêm tão rápido à cabeça que ela não consegue acompanhar o fluxo das próprias ideias ("fuga de ideias"), distratibilidade, aumento dos comportamentos dirigidos a objetivos (aumento intenso de atividades sociais ou ocupacionais) ou agitação psicomotora (a pessoa fica acelerada, movimentando-se excessivamente), envolvimento excessivo em atividades com consequências potencialmente prejudicial, como compras excessivas, promiscuidade sexual ou investimentos financeiros insensatos). O comportamento deve ser suficientemente grave para poder causar prejuízos sociais ou profissionais ou para requerer hospitalização para prevenir danos a si mesmo ou a outros. O especialista deve certificar-se, ainda, de que a alteração não é devida a alguma doença, remédio ou droga. Episódios hipomaníacos, a duração dos sintomas precisa ser de pelo menos quatro dias e não serem suficientemente graves para levarem a prejuízo social, profissional ou requerer hospitalização. Episódios depressivos maiores, segundo os mesmos critérios, são quadros de pelo menos duas semanas de duração, com presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas, a maior parte dos dias, a maior parte do dia: a pessoa sente-se desanimada, "para baixo", triste ou os outros observam que está "chorosa" a maior parte do tempo (em crianças e adolescentes, pode ser irritabilidade); perda de interesse ou diminuição intensa do interesse ou capacidade de sentir prazer na maioria das atividades em que a pessoa tinha prazer ou pelas quais se interessava, antes da depressão; perda de ou ganho de peso significativo sem que houvesse objetivo de fazer dieta para perda ou aumento de peso; insônia ou excesso de sono quase todos os dias; retardo ou agitação psicomotora (a pessoa fica mais agitada ou lenta de modo objetivamente observável); fadiga ou falta de energia quase todos os dias; sentimentos de culpa ou de ser inútil, quase todos os dias (não apenas se recriminar por estar doente); capacidade diminuída para pensar ou concentrar-se, quase todos os dias; pensamentos recorrentes de morte (não apenas medo de morrer), ideias ou tentativas de suicídio. O sofrimento é profundo ou suficiente para causar prejuízos no funcionamento da pessoa (social ou profissional). Também no caso da depressão se exige que o especialista exclua a possibilidade de estar sendo causada por alguma doença clínica, uso de droga ou medicação. É importantíssimo lembrar que estes diagnósticos devem necessariamente ser feitos por especialistas e os critérios NÃO são adequados para auto-diagnóstico. É relativamente frequente receber, no consultório, pessoas que se diagnosticaram erroneamente, pois as descrições dos sintomas precisam ser devidamente interpretadas por pessoas que tenham formação para tanto. É comum, também, numa entrevista mais superficial, uma pessoa com depressão e períodos de intensa MELHORA, dizer que ficou eufórica ou excessivamente alegre quando, na verdade, são apenas épocas em que se sentiu bem. Conforme mencionei no início, há outros critérios também no diagnóstico, alguns mais estritos e outros mais amplos (como os do espectro bipolar de Akiskal) e há outros sintomas que podem aparecer, na vigência do quadro, tais como alucinações e delírios. Há, também, quadros semelhantes ao bipolar, mas que não recebem este diagnóstico (por exemplo, o transtorno esquizoafetivo). Assim, novamente, nada substitui o diagnóstico feito por especialista treinado e experiente.
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