Por que se o paciente largar a cocaína, ele pode parar de usar, às vezes pode voltar, e parar de usar

9 respostas
Por que se o paciente largar a cocaína, ele pode parar de usar, às vezes pode voltar, e parar de usar de uma vez só, enquanto o paciente fumante que fuma x cigarros por dia, tem que diminuir aos poucos, e não parar de uma vez, diminuindo aos pouco? Como a neuroquímica explica isso?
Não há comprovação científica para sua afirmação. O que pude observar em minha experiência é que não há regras desse tipo. O que determina o sucesso do tratamento é o desejo de cura, a motivação de cada um. Algumas pessoas tem maior capacidade de sublimar seus impulsos autodestrutivos, como os vícios. Cada um precisa buscar o seu processo de cura, lembrando do cuidado integral do ser humano, corpo, mente e espírito.

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Boa tarde.
O dependente químico de cocaína não tem essa facilidade de controlar o momento que para o uso de drogas e volta a usar as drogas. Quem tem dependência não consegue ficar limpo facilmente e se não estiver em tratamento e pode recair a qlqr momento.
Já o abusador de substâncias se encaixaria mais nesse contexto.
Em relação ao cigarro, a pessoa pode parar cortando tudo de uma vez, mas o fumo costuma ter hábitos e rotinas, então a pessoa precisa quebrar esses hábitos associados ao fumo, por isso vejo como algo que vêm sendo reduzido, pois a pessoa tem muita dificuldade de desconstruir os hábitos e pelo cigarro ser uma droga lícita as pessoas tem acesso rápido e fácil, o que dificulta a pessoa parar de vez.

Espero ter ajudado.
Abraço.
Acredito que cada paciente é um caso a ser avaliado, as crises de abstinencia de um usuario de cocaina costumam ser muito pesadas, havendo por isso a necessidade tb de um acompanhamento medicamentoso, os usiarios de cigarro nao COSTUMAM ter efeitos tao graves quando interrompem.
Att. Eduardo
A cocaina é vício compensatório neuroquimico (induzido), por isso é mais difícil de parar. O cigarro é um vínculo compensatório que supre uma angústia intra psíquica, ou seja, pode ser superado com menos dificuldade.
Quando um paciente tem a dependência de cocaína ele apresenta dois quadros importantes que são a tolerância e a síndrome de abstinência. A tolerância é precisar de uma quantidade cada vez maior da substância para ter o efeito, quantidades pequenas ou menores que ele já está acostumado não trazem a sensação esperada. Por isso diminuir a quantidade consumida não é uma boa opção, talvez poderia ser diminuir a quantidade de dias que a pessoa usa. Aí entra outro problema, a abstinência. Com o uso continuo o corpo "se acostuma" a receber a substância, e se a pessoa não consome começa a passar mal pela falta da droga. Esse é o problema de diminuir os dias de uso. Os dependentes de cigarro tbm apresentam esses quadro, mas a pessoa são muito mais leves e toleráveis, de forma que é possível trabalhar a redução com esses pacientes. Contudo no meu grupo de tabagismo eu trabalho tanto com parada abrupta quanto gradual, sendo que a abrupta é a mais indicada.
Cada paciente responder de forma diferente a situações tanto de saúde física como saúde mental, assim como fazer o mesmo exercício provoca diferentes mudanças no corpo de cada pessoa, internamente também será assim, cada um de nós temos capacidades diferentes de lidar com nossos desejos, sentimentos, emoções, impulsos e compulsões... a "cura" depende do real desejo de se curar, da motivação para o quer se curar.
Cada ser humano é único, apesar de um medicamento servir a muitos usuários, o mesmo não ocorre com as drogas, tanto licitas quanto ilícitas, pois estas dependem da vontade da pessoa que faz uso, assim como se esforçou para tolerar a ingestão de qualquer droga, também vai depender da vontade do usuário se esforçar para interromper o uso, porem cada organismo ( neuropsicológico) vai responder de modo diferente e dai o sofrimento. Com a ajuda do psicólogo certamente esse sofrimento não será tão intenso.
Dependendo do tipo de substância, existe maior dificuldade para tratar a mesma. Existem também condições emocionais que podem por exemplo tornar para alguém muito mais difícil parar com o cigarro, enquanto outra com mais facilidade pode interromper o uso da cocaína. È importante considerar os aspectos subjetivos daquele que usa, e também o que usa, além do contexto social também.
Entendo sua preocupação e é importante abordar a questão de forma clara e compreensiva.

A dependência de substâncias como cocaína e cigarro envolve processos complexos no cérebro, mas as razões pelas quais o tratamento pode variar de uma para outra se baseiam em como essas substâncias afetam nosso sistema neurológico e em aspectos comportamentais.

A cocaína é uma droga que causa uma sensação intensa e imediata de euforia ao aumentar os níveis de dopamina no cérebro. Essa liberação rápida e intensa pode levar a um padrão de uso compulsivo, mas também faz com que alguns usuários, dependendo de suas circunstâncias e do apoio disponível, consigam parar abruptamente. Entretanto, é crucial destacar que essa interrupção abrupta muitas vezes é seguida por períodos de recaída, e a dependência da cocaína frequentemente requer acompanhamento psicológico e médico.

Por outro lado, o cigarro contém nicotina, que age de forma diferente no cérebro. A nicotina tem um efeito calmante e estimulante simultaneamente, e seu uso regular leva a uma dependência física significativa. A nicotina altera os receptores cerebrais, criando uma necessidade constante de consumo para evitar sintomas de abstinência, como irritabilidade, ansiedade e dificuldade de concentração. Por isso, muitos especialistas recomendam uma redução gradual do cigarro para permitir que o corpo se ajuste lentamente, diminuindo os sintomas de abstinência e facilitando a transição.

Além disso, o ato de fumar está frequentemente associado a rotinas diárias e hábitos comportamentais que tornam a cessação imediata mais difícil. Por exemplo, muitos fumantes associam o cigarro a momentos específicos do dia, como após as refeições ou em situações de estresse. Romper com esses padrões comportamentais requer tempo e estratégias de substituição.

A abordagem para cessar o uso de qualquer substância deve ser personalizada. Em muitos casos, o suporte psicológico é essencial para entender e modificar os comportamentos que levam ao uso da substância, além de tratar possíveis comorbidades, como depressão ou ansiedade.

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