Omeprazol ele regula o colesterol também ou algo do tipo?

2 respostas
Omeprazol ele regula o colesterol também ou algo do tipo?
Continuo muito empenhado em meu Aperfeiçoamento Médico na Inglaterra
Mas sua pergunta me chamou a atençao.

Quando prescrevo medicaçoes, explico ao paciente:
- para que servem
- como tomar ( de manhã, ao longo do dia, á noite)
- se é preciso tomar em jejum
- se o uso (eventual) de álcool muda muito o tratamento
- que dieta fazer, e se é útil fazer alguma dieta
- se haverá interação com algum medicamento que o paciente já usa
- tempo total do uso do remedio

Como o senhor(a) pode ver, são muitas informações. Nem sempre é fácil dar todas as informações para o paciente. Mas isso ajuda, e no meu entender é fundamental para um tratamento de sucesso.

O senhor(a) pergunta se um IBP, grupo que tem diversos usos na Gastroenterologia. Posso lhe dizer que um IBP não tem efeito conhecido sobre o colesterol.
Mas, pelo senhor(a) e pelos 2,4 milhoes de leitores que me honram aqui, posso fazer mais: EXPLICO sobre os IBPs
Falo sobre os IBPs, grupo de medicamentos que incluem o Omeprazol, Esomeprazol, Dexlansoprazol, Pantoprazol, Lansoprazol, etc.

EXPLICO:

O que são?
Para que servem?
Que riscos tem?
É verdade que causam câncer, demência, derrame (AVC) etc?
Qual minha experiência com os IBPs?

Tenho certeza que quem ler aprenderá muito sobre essas importantes medicações. Farei o meu melhor para explicar.
Claro que procuro mostrar minha experiência por que só relatar dados tecnicos seria algo similar a uma bula. E sei que os quase 2,4 milhão de leitores que tenho aqui querem informações seguras de quem tem experiência de 30 anos no uso desses remédios.


Então , como orientação básica, falo sobre os IBPs.
Omeprazol, Pantoprazol, Esomeprazol, Lansoprazol, Dexlansoprazol, Rabeprazol e outros fazem parte dos IBPs.


PARA QUE SERVEM???

Os IBPs são medicações muito usadas nas gastrites, doença de refluxo, úlceras, duodenites e em conjunto com antibióticos para o tratamento do H. pylori.
Geralmente são eficazes e seguras.

Mas cada um deles é diferente:

- no horário de administração: alguns funcionam melhor pela manhã ou á noite; outros funcionam bem a qualquer hora do dia
- no modo de administração: alguns exigem jejum; já outros podem ser tomados com ou sem alimentos

- na interferência com outros medicamentos que o senhor(a) use. Em particular, há algumas medicações anti-trombóticas que devem ser evitadas com o uso de Omeprazol.

- na sua adaptação ao medicamento e resposta ao mesmo, que é totalmente personalizada

Então, achar que "todos são iguais" é um modo simplista de entender os IBPs. Embora todos os IBPs tenham eficiência similar, o Médico experiente sabe que HÁ diferenças. E respeita essas diferenças.

Tenho usado os IBPs desde sua introdução na Medicina, há aproximadamente 30 anos.
E já tratei literalmente milhares de pessoas com essas medicações, tanto a curto como a longo prazo. Tive a sorte de ver a introdução de novos IBPs ao longo dos anos, cada um com sua característica. E aprendi a diferencia-los, como diferenciamos pessoas de uma mesma família.

Por exemplo: hoje quando vou usar IBPs em um moço que trabalha e estuda das 8 até as 23 horas, escolho um IBP que possa ser tomado a qualquer hora, e que não exija jejum. Isso fará grande diferença na adesão do paciente ao tratamento e no conforto que terá. Não haveria sentido em pedir que acordasse bem cedo só para tomar um IBP em jejum.

Já num paciente que use determinadas medicações, por exemplo alguns anti-coagulantes, tenho que escolher um IBP que não interfira no funcionamento das mesmas. Ou mudar o grupo de remedios, escolhendo um que não seja IBP.

E é comum um paciente se adaptar melhor a um IBP do que a outro.
Por exemplo, já vi pacientes que passaram a não responder mais a Omeprazol, mas voltavam a melhorar se tomavam outro IBP.
Isso nos mostra o quanto Medicina é personalizada.

E ás vezes é razoável nem mesmo usar um IBP, e troca-los por outro grupo farmacológico (por exemplo os inibidores H2 ou os protetores gástricos). Mas isso só se sabe estudando caso a caso.
Parece simples, mas requer experiência.

====Não vi nenhum efeito colateral mais pronunciado em meus pacientes.

SEGURANÇA
Tenho visto pacientes em uso de Omeprazol e que ficam apavorados temendo um risco de câncer ou demência. E o pior: ás vezes me contam que o IBP estava funcionando bem, mas abandonaram o tratamento por medo. Ou ás vezes por opiniões equivocadas, amplamente divulgadas.

Tenho visto isso bastante lá no Sertão. Eles dizem: "doutor, eu estava bem tomando o Omeprazol, as endoscopias mostravam melhora, e eu me sentia bem. Mas me falaram que se eu tomar muito vou ter demencia. Aí parei o remédio e tudo piorou".
E aí fico triste, pois vejo que os IBPs são mal falados, sem que haja nada verídico ou confirmado, até este momento. Uma medicação que está ajudando o paciente é interrompida sem motivo razoável. Isso é ruim.

Embora os IBPs tenham sido mal falados nos últimos tempos, estudos bem feitos nas Grandes Universidades dos Estados Unidos (Harvard, Yale, Johns Hopkins) não demonstraram maiores riscos mesmo no uso a longo prazo.
E estudos europeus sérios comprovaram que NAO há risco de câncer, demência ou outras doenças mais sérias mesmo com uso a longo prazo. Em outras palavras, mesmo os riscos teóricos dos IBPs, como osteoporose, ainda não foram comprovados em nenhum estudo sério. Então, até este momento, são medicamentos eficazes e seguros.

===A segurança dos IBPs, contudo, traz alguns riscos.
É razoavelmente comum que os pacientes os usem por sua conta, sem qualquer acompanhamento médico. E, algumas vezes, vemos pacientes que não fizeram qualquer consulta ou exame antes de usa-los. Isso pode trazer riscos, já que doenças importantes podem deixar de ter diagnostico correto e a tempo de um tratamento eficaz.
Dou um exemplo: SE um paciente tem úlcera causada por H. pylori e usar IBPs, vai se sentir melhor. Mas a causa da úlcera permanecerá sem tratamento, já que o IBP sozinho não erradica o H. pylori.

===Em conclusão: os IBPs são medicamentos eficazes , seguros e confortáveis. Mas, mesmo que a principio não pareça, há diferenças entre os diversos IBPs.
E estes devem ser usados sob supervisão médica. E de modo personalizado.

Ressalva: embora eu estude o assunto há muitos anos, recomendo enfáticamente que os leitores sigam a orientação de seus médicos. Não conheço a História Clínica dos leitores, mas seus médicos conhecem. O que falo é genérico, e não substitui a avaliaçao de um bom médico.
Peço, também, que meus leitores leiam a palavrinha que dou abaixo.

UMA PALAVRINHA aos que me procuram

Nas proximas semanas a Clínica não funcionará. Não haverá nem mesmo atendimento telefônico
Mas, tão logo eu volte ao Brasil, queremos reformular a Agenda.

Por favor, não tente contato por fone. Não queremos que fique frustrado. Temos grande respeito a nossos pacientes.

Mas, falo algo pessoal:

Sei que as consultas comigo nem sempre tem grande celeridade. A procura é grande, e tenho muitas atividades. Minhas consultas demoram o tempo que for necessário, e é claro que isso diminui o número de pessoas que posso ver num dia.
Eu nunca ficaria tranquilo se numa consulta não verificasse tudo: o Histórico Clínico detalhado, se o meu paciente usa medicamentos (é preciso cautela com interações medicamentosas), o histórico de internações e cirurgias, qual a situação nutricional, a situação emocional e de estilo de vida e os Antecedentes Familiares. No mínimo isso, antes de ver ou fazer exames. Claro que isso melhora o nível da Consulta, mas toma bastante tempo.
Mas eu só fico tranquilo se der alta qualidade para meus pacientes. E a qualidade é a mesma na Clínica, no Atendimento do Sertão ou em qualquer lugar.

Peço a meus (futuros) pacientes : se acharem que alguma demora até me ver irá prejudicar sua saúde, procurem outro médico. NAO me esperem caso achem que a celeridade é importante e se acharem que isso possa prejudicar sua Saúde.

Sua saúde é mais importante do que eu ter a Clínica lotada.

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