O que e o transtorno passivo-agressivo? Como é o tratamento?

O autismo se apresenta num espectro, desde aqueles casos associados a deficiência intelectual, muito graves, até pessoas que, além de apresentarem dificuldades de comunicação social típicas dos autistas (dificuldades de expressar emoções e de percebê-las nos outros, dificuldades de contextualizar comportamentos) e alguns comportamentos rígidos e repetitivos, conseguem ter excelente desempenho intelectual e razoável sucesso social. O comportamento passivo-agressivo, por outro lado, caracteriza-se por comportamentos que impedem a realização de expectativas interpessoais de outras pessoas, seja através de resistência a pedidos, teimosia, procrastinação, falhas propositais repetidas que são feitas propositadamente. É, basicamente, uma agressividade velada. Na medida que a pessoa autista tem dificuldades para representar a mente de outra pessoa, não teria como ter comportamentos propositadamente direcionados para frustrar e criar dificuldades para o outro, para agredi-la de modo relativamente sutil e passivo, o que caracteriza o comportamento passivo-agressivo. Falando numa linguagem mais "tosca", para "sacanear" é preciso saber o que é "sacanagem" para com o outro, do ponto de vista dele. Se não tenho como saber o ponto de vista do outro, fica mais difícil. É necessário um certo refinamento mental justamente na área (de expectativas interpessoais) em que o autista tem dificuldade. Entretanto, como o autismo é um espectro, pessoas na extremidade menos grave do espectro talvez possam ter algum comportamento passivo-agressivo. Para dar uma resposta mais precisa, seria necessário conhecer o caso específico, para se tentar entender se os comportamentos que você tem observado podem ser explicados por uma postura passiva-agressiva.
O transtorno passivo-agressivo é um conjunto de comportamentos. Assim, não possui um tratamento específico. O mais indicado é fazer psicoterapia, na qual a pessoa poderá entender o que a leva a ser passivo-agressiva, ao invés de assertiva, i.e., de dizer claramente o que quer e o que não quer. Além disto, o comportamento passivo-agressivo sempre envolve uma relação interpessoal, de modo que por vezes é interessante uma terapia que envolva outras pessoas (grupo, família, casal), onde cada um possa se expressar e ficar claro o porquê do comportamento passivo-agressivo, de modo que possa haver mudanças. Por vezes, o comportamento passivo-agressivo pode ocorrer no contexto de uma família onde vários dos membros têm comportamento semelhante. A existência de comportamento agressivo "ativo", numa relação, por parte de alguns indivíduos, também pode levar a agressividade passiva nos outros indivíduos que participam desta relação.

O comportamento passivo-agressivo se caracteriza por uma forma velada de manifestar um sentimento negativo, que muitas vezes nem está tão claro para a pessoa que está sentindo. E tais manifestações podem ocorrer através de atrasos constantes, esquecimentos, falas ambíguas, vitimizações, dentre outras. Ou seja, ao invés da pessoa explicitar diretamente o que está sentindo (usar ativamente sua agressividade), age com subterfúgios que causam, indiretamente, dano no outro (ex. vitimizar-se para deixar o outro culpado, "esquece" um compromisso ao invés de dizer para pessoa que não quer ir...). O mais indicado é fazer uma psicoterapia para mudar esse padrão de comportamento.

São padrões de comportamento do indivíduo, usualmente mal adaptados. São mais comumente denominados traços de personalidade, porém esses traços são inflexíveis e constantes em todas as atividades e relacionamentos da pessoa.
É comum que a pessoa portadora do transtorno apresentar um padrão difuso de resistência às demandas de um desempenho social e ocupacional adequados.
As manifestações mais comuns incluem:
(1) resiste passivamente à realização de tarefas sociais e ocupacionais rotineiras
(2) queixa-se de ser incompreendido e desconsiderado pelos outros
(3) é mal-humorado e propenso a discussões
(4) critica irracionalmente e desdenha a autoridade
(5) expressa inveja e ressentimento para com aqueles que aparentemente são mais afortunados
(6) verbaliza queixas exageradas e persistentes de infortúnio pessoal
(7) alterna entre o desafio hostil e a contrição
(8)Lentidão excessiva no trabalho ou má execução de tarefas que na realidade não demonstra interesse em fazer.
A sugestão para tratamento é a psicoterapia.