Minha filha de 14 anos começou com uma dieta alimentar, porém emagreceu 12 kg e não quer mais parar

Quando temos uma situação de reação emocional incompatível com a situação presente, temos indicativos de complicação emocional. Você dá dicas de que isso esteja acontecendo. E quando isso ocorre, há a necessidade de procurar profissional da psicologia para uma identificação da situação e diagnóstico para demarcação de tratamento. O primeiro passo é que um profissional verifique o que está acontecendo com sua filha e os sofrimentos advindos da situação na qual ela se encontra. A partir desta demarcação temos a possibilidade de definir tratamento para a recuperação da sua filha. É importante compreender que durante o processo de formação da personalidade, ocorrem equívocos, impasses, tropeços, que podem gerar "n" situações de impasses, com muitas relações, inclusive com o corpo. Mas em termos de formação de personalidade, não há nenhum problema psicológico que seja insuperável, conforme a psicologia dos últimos 60 anos e a Psicologia Cientifica Existencialista.

A sua filha deveria passar por uma avaliação inicialmente com um(a) psicólogo e/ou psiquiatra e/ou nutricionista e/ou nutrólogo e/ou um clínico geral para entendermos melhor o que esta ocorrendo e como devemos abordar o assunto e, eventualmente iniciar um tratamento. Existem 2 transtornos alimentares que são relativamente comuns, chamados bulimia nevosa e anorexia nervosa. Na anorexia nervosa (para ter o diagnóstico) o peso do paciente se mantém baixo, com o IMC (índice de massa corpórea) abaixo de 17,5. A perda de peso é induzida pelo próprio paciente (além de deixar de comer, fazer exercícios excessivos, usar laxantes, diuréticos, etc), Existe uma distorção da imagem corporal, com a pessoa vendo-se fora de forma, com pavor de engordar, forçando-se a emagrecer ainda mais. Ocorre, dependendo da intensidade, amenorreia (que é a parada da menstruação), além de outros problemas clínicos. Mas não é necessário ter todos estes sintomas, por isso você deve procurar ajuda especializada. Abs!

Algumas questões precisam ser consideradas. Ela atingiu o peso adequado ou já está com IMC (Índice de Massa Corpórea) abaixo de 17? Continua a emagrecer? Pratica bulimarexia (comer e provocar vômitos)? Apresenta sintomas de Anorexia ( recusa sistemática de alimentos, restrições severas, etc)? Revela um humor elevado, como que muito alegre, por estar conseguindo diminuir cada vez mais o peso, ainda que já esteja muito magra, demonstrando não ter consciência do perigo e do risco? Ou ao contrário, demonstra angústia, ansiedade, depressão?
Essas são algumas perguntas que podem lhe ajudar a perceber, a observar o que está acontecendo com sua filha.
ENTRETANTO COMO PODE TER NOTADO SÃO PERGUNTAS DIFÍCEIS E COMPLEXAS QUE REQUISITAM A PRESENÇA DE UM PSIQUIATRA, UM PSICÓLOGO E NUTRICIONISTA EM UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EXPERIENTE EM ANOREXIA E TRANSTORNOS ALIMENTARES.

NÃO SUBESTIME O RISCO E NEM DEMORE A BUSCAR AJUDA. Busque clínica ou ambulatório especializado nesses distúrbios.

Embora seja necessária uma avaliação e intervenção profissional, é importante dizer que pelo que há de informação prévia, a hipótese de Bulimia está descartada pois este transtorno alimentar se caracteriza por uma série de ações da paciente com vistas ao emagrecimento e que são pautadas por uma distorção da autoimagem, porém não conseguem efetivamente baixar o peso corporal, de forma que a hipótese diagnóstica passa a ser a de Anorexia. O tratamento deve ser multidisciplinar com Psicologia, Psiquiatria, Nutricionista.

É cedo para afirmar uma anorexia. Eu recomendaria que vc procurasse um psicólogo inicialmente para avalair o que esse sintoma representa para a sua filha, a relação imaginária dela com comida e como anda a sua situação afetiva. Muitas vezes em determinados momentos passamos por situações de regressão onde associamos comida com afetividade. É uma questão a ser tratada com rapidez para evitar que se cristalize em um transtorno maior.

Olá, recomendo levar a sua filha a um especialista em Transtornos Alimentares para uma avaliação. Esta avaliação levará em consideração o Índice de Massa Corpórea atual, os hábitos alimentares atuais, se existe a prática de métodos de compensação para evitar o ganho de peso, como excesso de atividades físicas, vômitos autoinduzidos, se faz uso abusivo de medicações como diuréticos e laxantes, etc. Caso seja realmente diagnosticada com um Transtorno Alimentar, será necessário um tratamento multidisciplinar, incluindo psiquiatra, psicólogo e nutricionista. É muito importante que estes profissionais sejam qualificados e especializados no tratamento destes transtornos.

Ter um(a) filho(a) com alguma situação de conflito é muito desafiante, mas é possível compreender e ajudar. O primeiro passo você já deu: pesquisar sobre o assunto. O próximo passo é procurar profissionais especializados (psicólogo, nutricionista) que possam avaliar de forma completa e te orientar corretamente.
Desde já, você pode começar a se questionar sobre alguns aspectos que ajudarão no diagnóstico.
Qual é a visão dela sobre os alimentos?
Faz alguma atividade física?
Como está o seu relacionamento com ela?
Ela consegue explicar o que sente sem ter o medo de ser julgada pelas pessoas?

Lembrando que estas e outras questões devem ser acompanhadas por profissionais para não ser tornarem dúvidas maiores que prejudiquem o processo.

Espero ter ajudado um pouquinho...
Atenciosamente

Não tente resolver sozinha, procure com a maior brevidade possível um profissional psicólogo ou psiquiatra para avaliação psicodiagnóstica para posterior conduta. As queixas apresentadas embora sejam características de anorexias podem ser sintomas de vários outros transtornos só diagnosticados por profissionais da área. Estes sintomas em geral caracterizam um sofrimento , portanto um pedido de ajuda. Não tente resolver usando apenas a pesquisas pois a consulta a um profissional se faz absolutamente necessária e urgente.