Existem sinais comportamentais precoces que anunciam o transtorno bipolar durante a infância e adole

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Existem sinais comportamentais precoces que anunciam o transtorno bipolar durante a infância e adolescência?
Como psicóloga e psicanalista que questiona o uso excessivo de diagnósticos, eu sugeriria que, em vez de focarmos em categorizar comportamentos de crianças e adolescentes sob rótulos clínicos rígidos, consideremos as nuances e a complexidade da experiência emocional em desenvolvimento.

Durante a infância e adolescência, há uma grande variabilidade nos comportamentos e nos estados emocionais, que fazem parte de um processo de amadurecimento natural. Crianças e adolescentes frequentemente experimentam altos e baixos emocionais, que podem parecer intensos, mas fazem parte de um processo de ajuste e aprendizado sobre si mesmos e o mundo ao redor. Nesses períodos, podemos observar emoções e reações que são mais intensas, como irritabilidade, alegria expansiva, frustrações profundas e impulsividade — aspectos comuns do crescimento, principalmente em uma fase da vida marcada pela formação da identidade e pela adaptação social.

Vale a pena refletir sobre o papel do ambiente familiar, escolar e social nesses comportamentos. Como está o suporte emocional da criança? Que tipos de experiências ela vive no dia a dia? Muitas vezes, comportamentos que poderiam ser interpretados como "sintomas" são respostas a questões no entorno imediato ou até uma forma de autoexpressão em contextos desafiadores.

Diante disso, em vez de buscar sinais que anunciem um transtorno específico, talvez seja mais útil adotar uma abordagem de observação cuidadosa e apoio emocional, promovendo um espaço onde a criança ou adolescente possa expressar suas emoções livremente. Focar nas necessidades afetivas e nas condições do desenvolvimento pode nos oferecer uma compreensão mais rica do que está acontecendo e reduzir o risco de "etiquetar" comportamentos complexos.

Claro, se os comportamentos se tornarem extremamente disfuncionais, causando sofrimento intenso ou persistente, uma avaliação psiquiátrica mais estruturada pode ajudar. Mas isso não precisa ser necessariamente feito com o intuito de um diagnóstico definitivo e sim como uma forma de atenção e cuidado ao que está causando intenso sofrimento..

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