É possível uma pessoa reconhecer traços de psicopatia em si mesmo sem uma avaliação psiquiatra ?
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É possível uma pessoa reconhecer traços de psicopatia em si mesmo sem uma avaliação psiquiatra ?
Falando de forma simplificada, em Psiquiatria há dois conceitos distintos de "psicopatia": 1. pessoas que, por características de personalidade, ao longo da vida causam significativo sofrimento a si mesmas ou à sociedade. 2. pessoas que não têm empatia com as outras e, em função disto, relacionam-se com os outros apenas visando aos próprios interesses. Atualmente, prefere-se o termo "transtorno de personalidade" para o primeiro conceito e "transtorno de personalidade antissocial" para o segundo conceito. É importante que fique claro que os vários traços de personalidade se encontram dispersos em várias proporções e intensidades, na população - ou seja, a capacidade de empatia, por exemplo, não é necessariamente uma questão de "tudo ou nada", variando em capacidade e mesmo de acordo com o contexto (por exemplo, pessoas normalmente empáticas mas que, em situações de guerra, são capazes de extrema violência e frieza). De modo geral, também, não convém fazer autodiagnóstico: em função do excesso de informações disponíveis, hoje em dia, é muito frequente recebermos, no consultório, pessoas muito preocupadas com diagnósticos que se deram e que, na verdade, estavam errados (e, portanto, a pessoa se angustiou desnecessariamente). Como os traços de personalidade se distribuem na população, geralmente o diagnóstico é feito com base numa quantidade mínima de traços "psicopáticos" - e sempre levando em conta a necessidade de serem significativamente problemáticos. Como regra geral, pode-se dizer que, se você observa, ao longo da vida, que tende a passar frequentemente pelos mesmos problemas e cometer os mesmos erros e isto afeta significativamente sua vida (e/ou a de outros), pode haver uma suspeita de "psicopatia" de acordo com o conceito 1 e, se é geralmente incapaz de se importar com o sofrimento alheio (de pessoas e/ou animais), em todos os contextos (a não ser que estejam atrapalhando você), pode suspeitar de psicopatia de acordo com o conceito 2. Porém, há várias situações nas quais estes achados não são válidos: por exemplo, pessoas com transtorno de déficit de atenção-hiperatividade (TDAH) frequentemente se causam (e aos outros) problemas significativos, desde a infância, porém o TDAH não é uma "psicopatia" ou "transtorno de personalidade" (apesar de ocorrer com maior frequência em pessoas com transtornos de personalidade). Assim, como pode ver, é bastante complexo e o ideal é procurar um(a) psiquiatra para ser feito o diagnóstico. Geralmente, se você é bom/boa auto-observador(a), uma consulta é suficiente para o diagnóstico, mas às vezes pode haver necessidade de mais entrevistas com você ou mesmo com pessoas que convivem ou tenham convivido com você (com sua autorização para este tipo de entrevistas, logicamente). Testes psicológicos às vezes podem ajudar, nos casos menos evidentes, mas geralmente são desnecessários.
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Reconhecer traços é sim possível, mas isso não necessariamente significa um diagnóstico - exemplo, se reconhecer triste, apesar de ser um sintoma de depressão, não quer dizer que você tenha o transtorno. Apesar disso, quando pensamos em traços disfuncionais, reconhecê-los é o primeiro passo para a mudança.
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