Como se manifesta o transtorno de personalidade borderline?

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Como se manifesta o transtorno de personalidade borderline?
Todo transtorno psicológico possuí causa multifatorial: biológica, psíquica e social. A personalidade é um modo de funcionamento e expressão do psiquismo que se define melhor e se estabiliza com a entrada na idade adulta. Desta forma, só podemos começar a considerar um transtorno de personalidade borderline como hipótese diagnóstica após a chegada da maioridade. Um bom diagnóstico de transtorno de personalidade borderline leva cerca de cinco anos para ser fechado e o diálogo entre os profissionais de saúde que acompanham o caso é primordial. Esse transtorno é caracterizado por sentimentos intensos de abandono, dificuldade de controlar os impulsos, agressividade, sentimento de vazio, alta sensibilidade, dependência, manipulação para evitar o abandono e radicalidade em interpretar o mundo (ora a culpa é toda minha, ora é toda do outro). É importante lembrar que esses são critérios diagnósticos muito genéricos e cada ser humano é único e singular. Uma hipótese diagnóstica, principalmente de transtornos de personalidade, não pode nunca ser um ponto de chegada ou algo definitivo, mas sim, um ponto de partida para a conscientização, o tratamento e a mudança. Cada pessoa vai viver esse desafio de forma única.

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O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) se manifesta por um padrão duradouro de instabilidade emocional, impulsividade, relações intensas e uma autoimagem inconsistente. Abaixo estão as características principais:

1. **Oscilações emocionais intensas e imprevisíveis:** Pessoas com TPB frequentemente experimentam mudanças de humor extremas, indo de uma intensa tristeza para uma euforia ou raiva com rapidez. Essas oscilações, que podem durar horas ou dias, fazem com que a pessoa sinta as emoções de forma muito profunda e, às vezes, esmagadora.

2. **Medo intenso de abandono:** Uma característica central do TPB é o medo intenso de ser abandonado ou rejeitado, seja real ou imaginado. Esse medo pode levar a comportamentos extremos para evitar o abandono, como apego excessivo ou tentativas de agradar, e, paradoxalmente, até afastar pessoas queridas por conta dessa intensidade.

3. **Instabilidade nos relacionamentos interpessoais:** As relações são frequentemente intensas, com uma alternância entre idealização (ver o outro como perfeito) e desvalorização (ver o outro como totalmente ruim), conhecida como "divisão". Essa alternância pode dificultar a manutenção de vínculos consistentes e satisfatórios.

4. **Autoimagem e identidade instáveis:** Pessoas com TPB podem ter uma sensação de identidade confusa ou instável, mudando de opinião sobre quem são ou o que querem da vida. Essa incerteza pode levar a mudanças constantes em objetivos, valores ou até em estilo pessoal, o que contribui para um sentimento persistente de vazio.

5. **Impulsividade:** Muitos indivíduos com TPB apresentam comportamentos impulsivos, como abuso de substâncias, gastos excessivos, direção imprudente, ou comportamentos sexuais de risco. Esses comportamentos são uma forma de lidar com o vazio ou com a dor emocional intensa, mas acabam causando dificuldades e consequências a longo prazo.

6. **Comportamentos autodestrutivos e suicidas:** A automutilação e os pensamentos suicidas são relativamente comuns entre pessoas com TPB, em parte como uma forma de lidar com emoções avassaladoras. Esses comportamentos geralmente resultam de uma tentativa de aliviar a dor emocional imediata, mas requerem intervenção e apoio especializado para prevenir danos.

7. **Sensação crônica de vazio:** Esse sentimento de vazio pode fazer com que a pessoa se sinta desconectada de si mesma e dos outros, buscando preenchê-lo de forma intensa e, por vezes, impulsiva.

8. **Dificuldade com controle da raiva:** Pessoas com TPB podem sentir raiva intensa e ter dificuldade em expressá-la de forma saudável, podendo explodir em ataques de raiva ou ressentimento. Esse comportamento pode ser impulsionado pela frustração de não sentir suas necessidades emocionais atendidas.

O TPB pode ser debilitante, mas há tratamentos eficazes. A Terapia Comportamental Dialética (DBT), por exemplo, é uma abordagem muito utilizada que ensina habilidades de regulação emocional, tolerância ao sofrimento e comunicação interpessoal, ajudando as pessoas a construir uma vida mais equilibrada e menos caótica.

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