Como os psiquiatras têm certeza do diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar se não há exames físicos
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Como os psiquiatras têm certeza do diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar se não há exames físicos que comprovem essa doença?
Para se chegar a um diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar existem inúmeras evidencias que podem ser observadas durante a entrevista, porém leva um tempo para se chegar a esta conclusão, tendo em vista que a pessoa deve ser ouvida não apenas uma única vez, mas se faz necessário a coleta de informações em um determinado espaço de tempo e se chegar a um diagnóstico final e a intervenção medicamentosa e psicoterápica.
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Na medicina existe um aforisma que diz: a clínica é soberana. Significa estabelecer uma relação amistosa e de confiança com o paciente, em que ele se sinta a vontade para contar o que lhe incomoda, quais conjuntos de sintomas estao presentes atualmente ou no passado; contextualizando esses dados com a historia de vida, com o momento atual que a pessoa vive; com o historico familiar de doencas, com os habitos de vida/ocupacoes/trabalho/relacionamentos. Todos esses dados aliados a um exame fisico minuncioso já esclarecem o diagnostico na maioria dos casos, tornando os exames uma complementação ao raciocinio diagnostico e nao o seu elemento principal.
Na medicina, nem sempre o exame da o diagnostico de certeza. Muitas vezes, fornece um "dado a mais", entre todos os outros coletados na consulta (e o "peso" da informacao do exame pode nem ser tao alto, mas ajuda). Já existem exames assim na psiquiatria, o problema é o custo que impede que seja usado no dia-a-dia.
Na medicina, nem sempre o exame da o diagnostico de certeza. Muitas vezes, fornece um "dado a mais", entre todos os outros coletados na consulta (e o "peso" da informacao do exame pode nem ser tao alto, mas ajuda). Já existem exames assim na psiquiatria, o problema é o custo que impede que seja usado no dia-a-dia.
Excelente a sua pergunta!
Nós avaliamos os sintomas, e estes nos dão as dicas a respeito do diagnóstico do paciente. E então, embasados nos sintomas, o paciente recebe a medicação e comprovamos melhoras. No entanto, não podemos ter certeza de absolutamente nada. Os profissionais da saúde devem estar em estado investigativo ao atender seus pacientes e não sentirem-se os donos da verdade e ir distribuindo rótulos.
Aliás, o rótulo que o profissional coloca em seu paciente pode ter efeitos colaterais bem prejudiciais,
Um forte abraço,
Léa
Nós avaliamos os sintomas, e estes nos dão as dicas a respeito do diagnóstico do paciente. E então, embasados nos sintomas, o paciente recebe a medicação e comprovamos melhoras. No entanto, não podemos ter certeza de absolutamente nada. Os profissionais da saúde devem estar em estado investigativo ao atender seus pacientes e não sentirem-se os donos da verdade e ir distribuindo rótulos.
Aliás, o rótulo que o profissional coloca em seu paciente pode ter efeitos colaterais bem prejudiciais,
Um forte abraço,
Léa
Ótima pergunta...houve um tempo na medicina que não se sabia porque os alimentos se estragavam ou porque uma pessoa doente (ex: pneumonia) tinha de ficar mais isolada dos outros. Mas tinha-se a noção de que o isolamento era importante para não passar "algo" a outras pessoas. Isto é: sabia o que deveria ser feito mas não se tinha certeza do que acontecia realmente...hoje sabe-se que existem milhares de micro-organismos responsáveis por muitas doenças...ai veio a infectologia. Enfim, como ramo da medicina também, a psiquiatria tem base científica mas não foi possível AINDA disponibilizar exames para fins diagnósticos. Devido a alta complexidade do cérebro...lida-se com reações neuro-químicas em milhares de locais neste cérebro. E assim usamos a "SEMIOLOGIA" - que pode-se dizer a arte em investigar o corpo humano... A anamnese bem feita diminui muito a possibilidade de erros, mas não garante acerto; pois cada caso é um caso. A "certeza" vem pela melhora, pela estabilização do paciente.
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