Os distúrbios que são causados pelas respostas imunes são chamados de doenças de hipersensibilidade. Dessa forma, a hipersensibilidade e um reflexo de respostas imunes excessivas ou aberrantes. As doenças de hipersensibilidade podem ser causadas por dois tipos de respostas imunes anormais:<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
1- As respostas para os antígenos estranhos podem ser desreguladas ou não controladas, resultando em lesão tecidual;
2- As respostas imunes podem ser direcionadas contra antígenos próprios (autólogos), como um resultado da falha na tolerância própria. Tais respostas são chamadas de autoimunidade.
Tipos de doenças de hipersensibilidade
As doenças de hipersensibilidade são comumente classificadas com base no mecanismo imunológico principal que e responsável pela lesão tecidual e a doença.
Hipersensibilidade do tipo I (imediata):
A hipersensibilidade imediata e uma reação rápida da musculatura lisa e vascular, mediada por IgE e pelos mastocitos, geralmente seguida por inflamação (reação tardia), que ocorre em alguns indivíduos quando do encontro com certos antígenos estranhos, aos quais foram expostos previamente. As reações de hipersensibilidade imediata são também chamadas de alergia ou atopia. Geralmente a hipersensibilidade do tipo I se manifesta por:
· Febre;
· Alergia aos alimentos:
· Asma brônquica;
· Anafilaxia.
Hipersensibilidade do tipo II (doenças causadas por anticorpos)
os anticorpos, alem da IgE, podem causar doenças ao se ligarem aos antigenos-alvos nas células e nos tecidos. Os anticorpos contra as células ou as proteínas da matriz extracelular podem se depositar em qualquer tecido que apresente um antígeno relevante. As doenças causadas por tais anticorpos são usualmente especificas para um tecido em particular.
Os anticorpos que causam doenças são, na maioria das vezes, auto-anticorpos contra antígenos próprios, e menos comumente são específicos para antígenos estranhos, como antígenos microbianos. A produção de auto-anticorpos resulta de uma falha da auto-tolerancia. Os exemplos de doenças causadas por antígenos microbianos que possuem uma reação cruzada com um antígeno do organismo são a febre reumática e a glomerulonefrite estreptocócica.
Os anticorpos específicos para os antígenos celulares e teciduais podem se depositar nos tecidos-alvo e causar lesão através da indução da inflamação local, ou eles podem interferir com as funções celulares normais. Os anticorpos IgG1 e IgG3 se ligam aos receptores Fc dos neutrófilos e dos macrófagos e ativam esses leucócitos, resultando em inflamação. Tais anticorpos, bem como a IgM, ativam o sistema complemento através da via clássica, resultando em inflamação. Se os anticorpos se ligam as células, como hemácias e plaquetas, as células são opsonizadas e podem ser ingeridas e destruídas pelos fagócitos do hospedeiro.
Os principais exemplos de doenças relacionadas a hipersensibilidade do tipo II são:
· Doença hemolítica do recém-nascido;
· Doença de Graves;
· Miastenia gravis.
Hipersensibilidade do tipo III (doença causada por complexos imunes)
os anticorpos podem formar complexos imunes que se depositam nos tecidos. Os complexos imunes tendem a se depositar nos vasos sanguíneos nos locais de turbulência (ramificação dos vasos) ou de alta pressão (glomérulos renais). Portanto, as doenças do complexo imune tendem a ser sistêmicas e, usualmente, manifestam-se como uma extensa vasculite, artrite e nefrite. A deposição de complexos imunes se da nas seguintes situações:
· Infecções persistentes;
· Doenças auto-imunes;
· Antígenos inalados.
Hipersensibilidade do tipo IV (doença causada por linfócito T)
A maioria das doenças de hipersensibilidade mediada por células T parece ser causada por autoimunidade. As reações auto-imunes são usualmente direcionadas contra os antígenos celulares com distribuição tecidual restrita. Portanto, as doenças auto-imunes mediadas por célula T tendem a ser limitadas a uns poucos órgãos, e não são usualmente sistêmicas. A lesão tecidual também pode acompanhar as respostas normais das células T aos micróbios. Por exemplo, na tuberculose, ha uma resposta imune mediada pela celula T contra o M. tuberculose; a resposta se torna crônica porque a infecção e difícil de erradicar. O granuloma inflamatório resultante e a principal causa da lesão aos tecidos normais no local da infecção, e do dano funcional subsequente.