Alice Canuto

A clínica demanda presentificação plena de nós. As histórias querem ser contadas não para serem aconselhadas, colonizadas, ou interpretadas de acordo um dicionário universal, mas para respirarem. Cada pessoa tem um modo de dizer, um dicionário não dá conta das experiências individuais. Só as pessoas que vivem a dor sabem te dizer onde dói. Nem verbetes, nem comparações, nem outras pessoas. Encontrar nome para o que se sente exige muita palavra de fora até chegar numa palavra nossa. Deixo a palavra respirar, veja o que acontece: se ela decola, se ela descola, ou se ela suavemente pousa. Palavra “mal dita” vira palavra mal entendida. Palavra retraída contrai o corpo. Palavra cansada coloca o corpo para dormir. Vira tosse. Vira febre. Quem diria que uma palavra poderia ecoar tanto em mim. Agora, escuto. Das palavras organizadas em sentenças, dessas eu sei: preciso de novos modos de escuta de mim. Palavras nascem em bancos de significados, mas desejam sair para uma dança. Elas nascem de estruturas sólidas, mas anseiam por novas arquiteturas: algumas são modernistas, outras são mais vintage. E tudo bem. Palavras são diversas, assim como nós, pessoas. Para a gente se entender saímos em busca de novos sentidos. Para traduzir palavra precisaremos muito mais do que um dicionário: precisaremos de um sentimentário. Conquistar uma palavra autoral leva tempo, e arre, que paradoxo: haja palavra para me desentender! (texto autoral, extraído do instagram profissional: @psicologa.alicecanuto).

Depois desse texto autoral, escrevo aqui sobre o que é o processo psicoterapêutico. Primeiro é importante sublinhar que ele deve ser conduzido por um(a) profissional capacitada(o) com formação acadêmica em Psicologia, especialização em Psicologia que trabalha com a compreensão de questões emocionais, cognitivas e comportamentais. Para cada cliente constrói-se um projeto terapêutico singular, com todos os cuidados e especificidades de cada história, sempre no sentido de ressignificação, do desenvolvimento e ampliação de repertórios nas diferentes dimensões: individuais e sociais. Importante sublinhar que o trabalho psicoterapêutico é artesanal, ou seja, cada caso é um caso, e precisa ser escutado e avaliado com todo o cuidado.

Minha formação tem como base a Terapia Sistêmica Individual, de Casal e Família, que busca a compreensão do aspecto relacional dos seres humanos, atenta aos processos e intercâmbios sociais, ao estado do “ser em relação”. Partimos do pressuposto de que não adoecemos sozinhas(os), e sim nas relações que vamos estabelecendo ao longo da vida, e precisamos observar e cuidar da forma como nos organizamos e interagimos com o mundo, pensando que nossos relacionamentos são circulares, nós também não somos pessoas estáticas, também somos seres potentes para a mudança, para a transformação. Aliada a essa formação, tenho formação na área de gênero e sexualidade, e atuo com uma perspectiva de gênero nos atendimentos.

E também a formação em Terapia EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing, que, traduzindo, significa: Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares), muito utilizada para Transtornos de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Transtornos Obsessivos Compulsivos (TOC) fobias, síndrome do pânico, casos de ansiedade generalizada, dentre outros traumas.

Também tenho mestrado em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2016), e sou docente do curso de Psicologia, na área da Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Para conhecer mais sobre o meu trabalho, também tenho um Instagram profissional: